Sentidos produzidos por estudantes de Medicina sobre o brincar com a criança hospitalizada: reflexões sobre formação e humanização da assistência em saúde
Palavras-chave:
Criança Hospitalizada, Jogos e Brinquedos, Educação Médica, Humanização da Assistência, Construcionismo socialResumo
Nas últimas décadas, a discussão sobre a humanização das práticas assistenciais em saúde se fortaleceu, apontando para a necessidade de uma compreensão mais abrangente do processo saúde-doença-cuidado. Considerando essa tendência, esse estudo discute o significado atribuído por estudantes de Medicina sobre o brincar com a criança hospitalizada e suas implicações para a humanização em saúde e para a própria formação médica. Participaram desse estudo estudantes das séries iniciais de um curso de Medicina do interior do Estado de São Paulo, integrantes de um grupo que, inspirados na proposta dos “Doutores da Alegria”, utilizam a figura do palhaço para realizar visitas a uma enfermaria de pediatria e brincar com as crianças hospitalizadas. Foram realizadas entrevistas abertas com esses estudantes com o objetivo de compreender como significam as atividades desenvolvidas, as dificuldades apresentadas e os momentos marcantes vividos nessa prática. Os dados foram analisados por procedimentos qualitativos de análise, tendo como base as contribuições do movimento construcionista social em ciência. Nossos resultados indicam a existência de um forte investimento emocional dos estudantes nesse tipo de atividade, percebido através da expectativa de transformar o sofrimento pela hospitalização vivido pelas crianças através do brincar e da qualidade da relação com eles estabelecida. Há a valorização pelos estudantes desse tipo de prática para a formação em saúde, considerando a antecipação do contato com a realidade hospitalar, a exploração de seus próprios sentimentos na relação com o doente e a superação de dificuldades pessoais. A partir desses resultados, discutimos a importância desse tipo de prática para a humanização em saúde e para a formação médica.
ABSTRACT - In recent decades, the discussion about the importance of humanization of the health assistance has strengthened, pointing to the need for a more comprehensive understanding of the health-illness process. Considering this trend, this study discusses the meanings produced by medical students about the playing with hospitalized children and its implications for the humanization of health assistance and for the medical education. It was invited to participate on this study medical students of the initial grades of a medical facylty in the interior of São Paulo State, which were also members of a group inspired by the "Doutores da Alegria". These students used the clown image to make visits to a pediatric ward and play with hospitalized children. Open interviews were conducted with those students seeking to understand how they compreehend their activities, the difficulties presented and the arresting moments experienced by them in this practice. Data were analyzed using qualitative procedures of analysis, based on the contributions of the social constructionist movement in science. Our results indicate the existence of a strong emotional investment of students in these activities, considering their goal of transforming the reality of suffering experienced by the hospitalized children through play and through the quality of the relationships established with them. Our results also points to the existence of a positive evaluation of this kind of practice by the medical students, considering the antecipation of their practical learning at the hospital reality, the contact with their own feelings in relation to their patients and the possibility of overcome personal difficulties. Based on these results, we discuss the importance of this kind of practice for the humanization of health assistance and for the improvement of medical education.
keywords: Child, Hospitalized; Play and Playthings; Education, Medical; Humanization of Assistance; Social Constructionism
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