Intersecções entre envelhecimento e sexualidade de mulheres idosas

Abstract

A manutenção de estereótipos negativos e a normatização da identidade do idoso categorizam significações ao envelhecimento. As limitações, perdas e inatividade sexual perpassam a concepção social do que é tornar-se velho, não considerando as diversas trajetórias envolvidas ao envelhecimento, seus diferentes contextos e indivíduos. Esse fenômeno, por sua vez, resulta na negação da intersecção velhice e sexualidade. Objetivamos, neste estudo, compreender as vivências das sexualidades de mulheres na velhice, visando à urgência na discussão acerca do envelhecimento. Faz-se necessário que esta temática tome proporções ainda maiores, para que se promovam debates acerca da visibilidade não só das sexualidades na vida dos idosos, mas dos significados que envolvem a velhice, suas trajetórias e vivências. Trata-se de um estudo qualitativo de caráter exploratório, utilizando como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Os dados das entrevistas foram analisados a partir da análise de conteúdo sugerida por Laurence Bardin. Realizou-se um levantamento de categorias temáticas como: a) trajetórias de vidas; b) envelhecimento, sexualidade e geração; c) família, envelhecimento e sexualidade e d) relacionamentos atuais. Consideramos que as participantes demonstraram a existência de novas experimentações que possibilitam a reinvenção de uma velhice que se desdobra em meio aos preconceitos geracionais, corporais e sexuais. Faz-se imprescindível a discussão acerca das políticas de inclusão das mulheres idosas, para que se reconheça a necessária visibilidade que as sexualidades e os múltiplos modos de expressar-se subjetivamente possuem na velhice.