A assistência à saúde dos Sem-Terra: o caso do assentamento Butiá, Santa Catarina, Brasil (Healthcare of the Landless rural workers: the case of the Butiá settlement, Santa Catarina, Brazil)
Palavras-chave:
Trabalhadores Rurais, Sistema Único de Saúde, Assistência à Saúde, Programa Saúde da FamíliaResumo
No presente artigo, objetivamos analisar a realidade da saúde de famílias de trabalhadores rurais vinculados ao MST e sua relação com o Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de um estudo de caso, de abordagem qualitativa, realizado no Assentamento Butiá, localizado no Distrito de Volta Grande, região rural do município de Rio Negrinho, no norte de Santa Catarina. Para tanto, utilizamos como instrumentos de coleta de dados a observação, a entrevista semi-estruturada e a análise documental. Os sujeitos do estudo foram assentados do Assentamento Butiá, profissionais de saúde da Unidade de Saúde de Volta Grande – Saúde da Família (USVG-SF) e gestores do Sistema de Saúde do município de Rio Negrinho. Para o tratamento dos dados levantados, utilizamos uma perspectiva hermenêutico-dialética. Identificamos situações que não diferem muito daquelas relatadas na literatura sobre o tema: insatisfações constantes, demonstradas por queixas e críticas sobre determinadas rotinas e sobre a qualidade do atendimento dos profissionais; porém, ficou evidente que o maior problema se relaciona com a distância existente entre o SUS e a realidade específica dos assentados, em que os profissionais e gestores ainda desconhecem grande parte dos problemas vivenciados por essa população em seu cotidiano. Pela situação analisada, consideramos que os caminhos à superação dos problemas encontrados devem passar pela construção de relações interpessoais baseadas num diálogo verdadeiro entre as três categorias de sujeitos envolvidas, que fortaleça o vínculo entre os sujeitos, a participação e o controle social, pois, só assim, as aspirações dos assentados poderão ser devidamente interpretadas pelos profissionais e gestores, os quais, munidos desse conhecimento, estarão mais bem capacitados para construir estratégias de enfrentamento desses problemas.
ABSTRACT - In this article, the reality of the health of rural working families linked to the MST and their relationship with the National Health System (SUS) is analyzed, from a qualitative case study, conducted in the Butiá settlement, located in the district of the , a rural region of the Rio Negrinho municipality, in northern Santa Catarina. Observation, semi-structured interviews and documentary analysis were used as data collection instruments. The subjects of the study were settlers of the Butiá settlement, health professionals of the Health Unit of Volta Grande - Family Health (USVG-SF), and managers of the health system of the Rio Negrinho municipality. For the treatment of collected data, a hermeneutic-dialectic perspective was used. Situations were identified that do not differ much from those reported in the literature on the subject: constant dissatisfaction, as evidenced by complaints and criticisms about certain routines and the quality of care from the health professionals, however, it was evident that the major problem relates to the distance between the SUS and the specific reality of the settlers, as professionals and managers are still unaware of many of the problems experienced by this population in their quotidian lives. From the situation analyzed, it was considered that the paths to overcome the problems encountered must pass through the construction of interpersonal relationships, based on a true dialogue between the three categories of subjects involved, which strengthen the bond between the subjects, the participation and the social control. Thus, the aspirations of the settlers can be properly interpreted by professionals and managers who, armed with this knowledge, will be better able to construct strategies for addressing these problems.
Keywords: Rural Workers; Unified Health System; Delivery of Health Care; Family Health Program
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