Pessoas Trans na Atenção Primária: análise da implantação no município de Florianópolis (SC), 2015.

Autores

  • Joao Roger
  • Zeno Carlos Tesser-Junior
  • Douglas Francisco Kovaleski
  • Rodrigo Otávio Moretti-Pires Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Departamento de Saúde Pública Centro de Ciências da Saúde Universidade Federal de Santa Catarina

Palavras-chave:

Atenção Primária, LGBT, Transgêneros, Transexuais, Travestis

Resumo

A saúde das pessoas trans vem sendo tema de debate há muitas décadas. No Brasil, com a implementação do Processo Transsexualizador do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2008, colocou o atendimento das demandas específicas dessa população sob a responsabilidade da atenção secundária e terciária. Ao mesmo tempo, a classificação da transsexualidade como uma patologia pelo Manual de Diagnósticos em Saúde Mental (DSM) gera uma série de procedimentos clínicos que colocam obstáculos ao acesso dessa população aos serviços de saúde especializados. Esse contexto gera uma situação de falta de acesso que torna necessário o debate do papel da Atenção Primária à Saúde (APS) na coordenação do cuidado de pessoas transgênero. O presente artigo analisa as experiências no acesso à APS sob o olhar da população transgênero, levando em consideração o contexto de vulnerabilidade social à qual estão submetidas. Além disso, esse estudo propõe-se a analisar a experiência do Ambulatório de Atenção Primária à Saúde para Pessoas Trans de Florianópolis como proposta de mudança de paradigma no pensamento em saúde das pessoas trans. Ao longo do último trimestre de 2015 e primeiro trimestre de 2016, foram realizadas entrevistas em profundidade, com amostra intencional de sujeitos atendidos no Ambulatório de Atenção Primária à Saúde para Pessoas Trans (AAPST) do Centro de Saúde Lagoa da Conceição em Florianópolis. A análise das entrevistas e os resultados foram apresentados em cinco eixos: a percepção sobre o atendimento nas unidades básicas de saúde, o reconhecimento da identidade de gênero e o uso do nome social como paradigma do acesso, a Imperícia no cuidado como quebra do princípio da Equidade; a patologização da transgeneridade e seu impacto no acesso e a percepção e aceitação do atendimento no AAPST. Conclui-se a necessidade de garantir o direito ao reconhecimento das identidades de gênero pelo Estado, reordenar o pensamento em saúde acerca de gênero e colocar a APS no centro dessa discussão.

Biografia do Autor

Rodrigo Otávio Moretti-Pires, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Departamento de Saúde Pública Centro de Ciências da Saúde Universidade Federal de Santa Catarina

Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFSC (2010-2013). Editor Científico para Saúde Coletiva do Periodico "Saúde & Transformação Socia/Health & Social Change" (ISSN 2178-7085). Docente do quadro peramente do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina. Especializado em Saúde da Família (Polo de Educação Permanente do Nordeste Paulista/Ministério da Saúde através da EERP/USP). Mestre em Saúde Pública pelo Departamento de Medicina Social (FMRP/USP) Doutor em Enfermagem Psiquiátrica pela EERP/USP. Pos-Doutorado em pesquisa na temática do uso de Alcool e Drogas pela CICAD/Organização dos Estados Americanos (através de programa da SENAD e EERP-USP). Credenciado no Programa de Pós-Graduação "Saúde, Sociedade e Endemias da Amazonia", da Universidade Federal do Amazonas em parceria com a Fiocruz, assim como no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública (DSP/CCS/UFSC) para orientar alunos de mestrado. Durante três anos, foi docente da Universidade Federal do Amazonas, do Instituto de Saúde e Biotecnologia, Campus do Médio Solimões, onde desenvolveu atividades de ensino, pesquisa e extensão na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Formação de Recursos Humanos em Saúde para o Programa de Saúde da Família, pesquisa com o universo conceitual de Paulo Freire no Ensino Superior em Saúde, além de Epidemiologia de Farmacodependências.

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Publicado

2016-09-30

Como Citar

Roger, J., Tesser-Junior, Z. C., Kovaleski, D. F., & Moretti-Pires, R. O. (2016). Pessoas Trans na Atenção Primária: análise da implantação no município de Florianópolis (SC), 2015. aúde & Transformação ocial ealth ∓ ocial hange, 7(3), 49–58. ecuperado de https://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/4276

Edição

Seção

Artigos originais