Saúde Mental e Medicalização na Assistência ao Servidor Público Municipal

Autores

  • Ana Cristina Acorsi Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ.
  • Márcia Luíza Pit Dal Magro UNOCHAPECÓ.

Palavras-chave:

Saúde do trabalhador, Medicalização da saúde, Saúde mental, Funcionalismo público.

Resumo

 

O processo de precarização das condições de trabalho que afeta também o funcionalismo público, vem sendo largamente associado ao adoecimento físico e mental da classe trabalhadora. No Brasil, os transtornos mentais e comportamentais ocupam o terceiro lugar para a concessão de benefícios previdenciários. A partir das discussões sobre a medicalização da saúde, o presente trabalho tem como objetivo geral analisar o processo de adoecimento mental de servidores públicos municipais afastados do trabalho, em uma cidade de Santa Catarina. O método utilizado foi a pesquisa mista e o estudo se caracterizou por ser de natureza descritiva exploratória. A fase quantitativa se deu pela análise do banco de dados de todos os afastamentos do trabalho relativos aos anos de 2013 e 2014. Já a fase qualitativa se baseou na realização de entrevistas semiestruturadas com trabalhadores e profissionais da saúde que realizam a assistência aos funcionários públicos municipais. Na análise dos atestados dos anos de 2013 e 2014, observou-se que as doenças mentais e comportamentais ocupam o terceiro lugar como motivo de afastamentos do trabalho, sendo 82% servidores lotados nas secretarias de educação e saúde do município. Entre as ocupações com maior número de atestados encontram-se os professores, os auxiliares de serviços internos e externos e os profissionais da enfermagem, além de agentes de endemias e agentes comunitários de saúde. Todos os diagnósticos em saúde mental geraram um atestado e vieram acompanhados de prescrição de psicofármacos. Ocupar o papel de doente permite aos trabalhadores ficar à margem do tecido social enquanto o medicamento lhes oportuniza condições de trabalho. Desta forma, conclui-se que ocorre a hegemonia do modelo biomédico e a prevalência da medicalização da saúde nos diagnósticos, afastamentos e tratamento das queixas de saúde mental.

Biografia do Autor

Ana Cristina Acorsi, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ.

Área de Ciências da Saúde

Márcia Luíza Pit Dal Magro, UNOCHAPECÓ.

Programa de Pós- Graduação Mestrado em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais.

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Publicado

2017-07-21

Como Citar

Acorsi, A. C., & Dal Magro, M. L. P. (2017). Saúde Mental e Medicalização na Assistência ao Servidor Público Municipal. aúde & Transformação ocial ealth ∓ ocial hange, 8(2), 01–14. ecuperado de https://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/4065

Edição

Seção

Pesquisa, Teoria e Metodologia