A relação entre economia e saúde: paradoxos da contemporaneidade

Autores

  • Antonio Fernando Gomes Silva Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Departamento de Psicologia
  • Bárbara Oliveira Turatti Universidade Federal de Santa Catarina
  • Gabriel Soares de Azevedo Santa Rosa Universidade Federal de Santa Catarina http://orcid.org/0000-0002-4372-5250

Palavras-chave:

Economia, Saúde do Trabalhador, Qualidade de Vida

Resumo

Este artigo objetivou compreender a relação entre economia e saúde mediante as atividades laboriosas dos trabalhadores metalúrgicos em empresas tecnológicas do Grande ABC em São Paulo. Diante da relação dual entre o capital e o trabalho, entender a constituição dessa articulação durante as relações de trabalho passou a ser fundamental nesta era do conhecimento. No contexto do capitalismo, é irrefutável que as relações de trabalho sofrem modificações e, com elas, seus protagonistas, os trabalhadores. No cenário de intensa mudança tecnológica por que passa a sociedade industrial, as interações humanas se modificam no ambiente da empresa e na sociedade, produzindo alterações biopsicossociais nos trabalhadores. Alterado o comportamento dos trabalhadores no grupo, decorrem forçosamente modificações na qualidade de vida de seus componentes. Tais mudanças acabam por afetar a saúde dos sujeitos e, consequentemente, a constituição das condições ideais para o ambiente empresarial e social. O diagnóstico do cenário dos trabalhadores ganhou sentido com a abordagem qualitativa das narrativas dos trabalhadores, com os construtos construídos acerca da saúde no ambiente de trabalho. Indagando, observando e utilizando a memória social dos trabalhadores, logramos construir argumentos importantes da vida dos trabalhadores nas empresas, da valoração da conduta e dos valores humanos entre os trabalhadores, resgate basilar para entender as contradições entre o capital e o trabalho na sociedade contemporânea.

 

Abstract: This article aimed to explain the relationship between economics and health through the laborious activities of metalworkers in technology companies in the Greater ABC in Sao Paulo. Faced with the dual relationship between capital and labor, to understand the formation of this joint during labor relations has become critical in this age of knowledge. In the context of capitalism it is irrefutable that labor relations are altered, and with them, its protagonists, the workers. In the scenario of intense technological change as it passes the industrial society, human interactions are modified in the business environment and society, producing biopsychosocial changes in workers. Changed the behavior of workers in the group, forcibly arise changes in quality of life of its components. These changes eventually affect the health of individuals and hence the creation of ideal conditions for business and social environment. The workers 'scenario diagnostic won sense with the qualitative approach to workers' accounts with the constructs built about health in the workplace. Questioning, observing and using the workers' social memory, we managed to build important arguments of the lives of workers in companies, the valuation of conduct and human values among workers, basic rescue to understand the contradictions between capital and labor in contemporary society.

Keywords: Economic; Worker's health; Life quality.

Biografia do Autor

Antonio Fernando Gomes Silva, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Departamento de Psicologia

Doutor em Psicologia Social. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Departamento de Psicologia, Campus Monte Alegre, 05014-901 – São Paulo, SP – Brasil. Telefone (11) 3670-8000. prof_alves@uol.com.br

Bárbara Oliveira Turatti, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda em Saúde Coletiva. Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Saúde Pública, Campus Universitário Trindade, 88040-900 – Florianópolis, SC – Brasil. Telefone: (48) 37219388, Ramal 208. barbara.olliveira@gmail.com

Gabriel Soares de Azevedo Santa Rosa, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestrando em Saúde Coletiva. Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Saúde Pública, Campus Universitário Trindade, 88040-900 – Florianópolis, SC – Brasil. Telefone: (48) 37219388, Ramal 208. gabriel@gabrielsantarosa.com

Referências

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÃFICAS

Berger PL, Luckmann T. A construção social da realidade. 30 ª ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes; 2009.

Fontes J. Psicologia cognitiva. Porto alegre: Artmed; 1999

Lane STM, Codo W. Psicologia social – o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense; 1988.

Caldeira G, Martins JC. Mecanismos de Somatização. In: Mello Filho J (org.) Grupo e Corpo: Psicoterapia com pacientes somáticos. Porto Alegre: Artmed; 2000. p.170-194.

Heloani JR, Capitão CG. Saúde mental e psicologia do trabalho. São Paulo: São Paulo em Perspectiva; 2003. p. 102-108.

Carvalho EG. Globalização e Estratégias Competitivas na Indústria Automobilística: uma abordagem a partir das principais montadoras instaladas no Brasil. Tese de Doutorado, Instituto de Economia. Campinas: UNICAMP.2003.

Gorz A. Metamorfoses do trabalho: crítica da razão econômica. São Paulo: Annablume; 2003.

Leite, Marcia de Paula. O trabalho (re)visitado: uma discussão metodológica. In: GITAHY, Leda e LEITE, Marcia de Paula. Novas Tramas Produtivas: uma discussão teórico-metodológica. São Paulo: Senac; 2005. p. 201-221.

Sandoval SAM. Alternative Forms of Working-Class Organization in the Mobilization of Informal Sector Workers in Brazil in the Era of Neoliberalism. International Labor and Working-Class History; 2007. p. 1-27.

Camino L, Torres ARR. Origens e desenvolvimento da Psicologia Social. In: CAMINO, Leoncio (et al.). Psicologia Social: temas e teorias. Brasília: Technopolitik; 2011.p. 23-99.

Gros F. O Cuidado de si em Michel Foucault In: Rago, M. & Veiga-Neto, A. (orgs.). Figuras de Foucault. Belo Horizonte: Autêntica; 2008. p. 127-138.

Bendassolli PF.Trabalho e identidade em tempos sombrios. Aparecida: Ideias & Letras; 2007.

Dejours C. Sofrimento, prazer e trabalho. In: Conferências brasileiras: identidade, reconhecimento e transgressão no trabalho. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas; 1999. p. 15-33.

Furtado O. Trabalho e solidariedade: construindo o compromisso social da psicologia. São Paulo: Cortez; 2011.

Barbour R. Grupos Focais. Porto Alegre: Artmed; 2009.

Spink PK et al. O pesquisador conversador no cotidiano. Psicologia & Sociedade; 2008. p. 70-77.

Clot Y. A Função psicológica do trabalho. 2ª ed. Rio de Janeiro: Vozes; 2007.

Leontiev AN. Actividad, Consciencia y personalidad. Buenos Aires, 1978.

Hegel G. Fenomenologia do espírito: parte I. Petrópolis: Vozes; 1992.

Marx K. Elementos Fundamentales para la Crítica de la Economía Política, Lisboa: Nova Coimbra; 1978.

Spink MJ, Frezza RM.Práticas discursivas e produção de sentidos: a perspectiva da psicologia social. In: SPINK, Mary Jane. Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas, São Paulo: Cortez; 1999. p. 17-39.

Downloads

Publicado

2016-06-15

Como Citar

Silva, A. F. G., Turatti, B. O., & Santa Rosa, G. S. de A. (2016). A relação entre economia e saúde: paradoxos da contemporaneidade. aúde & Transformação ocial ealth ∓ ocial hange, 7(2), 023–033. ecuperado de https://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/3746

Edição

Seção

Artigos originais