Apoiar, intervir e agenciar: dos diferentes usos dos dispositivos da Política Nacional de Humanização na perspectiva dos apoiadores em formação[Support, intervene and request: different uses of National Humanization Policy devicesin the training supporter

Autores

  • Simone Mainieri Paulon Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Guilherme Augusto Flach Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Melisse Eich Universidade Federal de Santa Catarina
  • Douglas Linhares Coelho Universidade Estadual Paulista

Palavras-chave:

Política de Saúde, Humanização da Saúde, Educação em Saúde, Pesquisa-Intervenção, Grupo de Trabalho em Humanização.

Resumo

A Política Nacional de Humanização, em sua proposta de reafirmar e difundir os princípios do SUS, investiu na formação de Apoiadores Institucionais em todo o país. Sustentados numa perspectiva pedagógica de Formação-Intervenção, os processos formativos desenvolvidos a partir de 2006 propunham um exercício da Função Apoio ao longo dos cursos, seguindo uma lógica de inseparabilidade entre processos de trabalho e práticas de ensino. Os efeitos dessa metodologia de formação dos apoiadores institucionais na produção de saúde do SUS foram objeto de estudo multicêntrico, qualitativo, participativo e avaliativo, realizado por três universidades públicas em parceria com o Ministério da Saúde, entre 2011 e 2014. Este artigo discute o entendimento e usos que os apoiadores fizeram dos dispositivos propostos pela PNH em seus projetos de intervenção durante os cursos. A análise demonstra a necessidade de os apoiadores criarem um espaço de diálogo e produção entre trabalhadores e gestores para a difusão dos princípios da PNH, sendo o Grupo de Trabalho em Humanização o dispositivo utilizado com maior frequência para desencadear este processo. O desejo de implementar um trabalho com base no método da roda, tal como sugerido por Campos, permitindo a participação e inclusão dos diferentes sujeitos e mudanças nas práticas de cuidado em saúde também foi evidenciado nos relatos dos apoiadores. Uma das tensões que o exercício do apoio nos processos de formação-intervenção apontou foi o risco de que o uso do dispositivo assumisse importância maior que a própria implementação de diretrizes e princípios de humanização, perdendo o caráter de ferramenta de trabalho no âmbito da intervenção. Ao final, entretanto, preponderou nas narrativas dos sujeitos a dimensão processual da formação e do próprio exercício do apoio como experimentação essencial à consolidação do SUS como política efetivamente pública.

ABSTRACT - The National Humanization Policy invested on Institutional Supporters training across the country in its proposal to reinforce and disseminate SUS principles. Training methods developed from 2006 and sustained by a pedagogical perspective on Intervention-Training proposed an exercise of Supporting Function along courses, following logic inseparability between working processes and teaching practices. The effects of that training methodology from institutional supporters in the production of SUS health were the subject of a multicentric, qualitative, participatory and evaluative study performed by three public universities in a partnership with the Ministry of Health, between 2011 and 2014.The article discusses understanding and uses by the supporters of PNH proposed devices, in the intervention projects during courses. Analysis shows supporters’ need to create a standard production dialogue and space for workers and managers to disseminate PNH principles, and the Humanization Working Group is the device often used to trigger that process. The will for programming a work based on the wheel method, as suggested by Campos, allowing participation and inclusion of different subjects and changes on health care practices was also evident in the supporters’ accounts. One of the tensions that appeared through the supporting exercise during training intervention process was the risk that the device utilization could be more important than the entire implementation of humanization guidelines and principles. Then, it might lose the working tool characteristic in the intervention context. In the end, however, it prevailed, in the subjects’ narratives, the training procedural dimension and supporting exercise as essential experimentation to the SUS consolidation as an effective public policy.
Keywords: Health Policy; Health Humanization; Health Education; Research-Intervention; Working Group on Humanization.

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Publicado

2014-11-24

Como Citar

Paulon, S. M., Flach, G. A., Eich, M., & Coelho, D. L. (2014). Apoiar, intervir e agenciar: dos diferentes usos dos dispositivos da Política Nacional de Humanização na perspectiva dos apoiadores em formação[Support, intervene and request: different uses of National Humanization Policy devicesin the training supporter. aúde & Transformação ocial ealth ∓ ocial hange, 5(2), 90–99. ecuperado de https://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/3276

Edição

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Artigos originais