Sentidos construídos por educadores sobre Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e implicações para a prática educativa [Meanings constructed by teachers about Attention Deficit Disorder and Hyperactivity, and implications for educational prac]
Palavras-chave:
Hiperatividade, Distúrbio da Atenção, Ensino Fundamental, Construcionismo SocialResumo
A disseminação do discurso diagnóstico do TDAH, entre profissionais das áreas de saúde e educação e entre o público leigo, indica a necessidade de reflexão acerca de seu uso e implicações na construção de práticas educativas. Nesse artigo, relatamos uma investigação desenvolvida junto a professores do Ensino Fundamental, com o objetivo de compreender o modo como significam o TDAH e as implicações dessa compreensão para o trabalho que desenvolvem junto a esses alunos. Com base em uma metodologia qualitativa de investigação, realizamos entrevistas com onze professoras de uma escola pública de um pequeno município do Estado de São Paulo. Estas entrevistas foram gravadas e transcritas integralmente, e analisadas considerando o processo de produção de sentidos nas práticas discursivas. Nossa análise indica que as professoras transitam por diferentes sentidos sobre o TDAH, incluindo a compreensão do mesmo como doença ou mimo, sua explicação através de causas orgânicas ou psicossociais e o reconhecimento de sinais e sintomas comportamentais. O uso de tais sentidos aparece relacionado à definição de algumas dificuldades encontradas no trabalho com esses alunos, apontando que o conhecimento acerca do discurso médico de sinais e sintomas típicos do TDAH não necessariamente contribui para uma maior segurança dessas professoras em relação ao trabalho nesse campo. Com base nessa investigação, discutimos a importância da construção de espaços dialógicos junto a esses professores, que os permitam se apropriar do discurso médico de uma maneira mais crítica e reflexiva.
ABSTRACT - The dissemination of the diagnosis discourse of ADHD among health and education professionals, as well as among outsiders, shows the need of comprehension about its use and its implication on the construction of educational practices. In this paper, we report an investigation developed with elementary school teachers aiming to understand the meanings constructed by them about ADHD and its implications for the work they develop with these students. Based on qualitative methods, we developed interviews with eleven teachers of a public school located in a small town at the interior of São Paulo State. These interviews were tape recorded and transcribed, and were analyzed considering the meaning making process in the discursive practices. Our analysis indicates that the teachers use different meanings about ADHD, including its comprehension as illness or spoiling, its definition based on organic or psychosocial features, and the recognition of behavior signs or symptoms. These meanings are related to the difficulties in working with these students, and suggest that knowing the medical discourse of signs and symptoms typical of ADHD does not necessarily contributes to increase the security of these teachers in their work with these children. Based on this inquiry, we discuss the importance of the creation of dialogical contexts among these teaches, which could allow them to approach medical discourse in a more critical and reflective stance.
Key words: Hyperactivity; Attention Deficit; Basic Education; Social Constructionism
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