O triplo desafio da inovatividade: o impacto do preconceito

Autores

  • Mauricio Manhaes
  • Gregorio Varvakis Professor titular do Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina
  • Tarcisio Vanzin Professor voluntário do Programa de Pós Graduaçõa em Arquitetura e Urbanismo e do Porgrama de Pós Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina

Palavras-chave:

Grupos, Necessidade de Enquadramento, Inovação, Conhecimento, Design, Sensemaking, Preconceito, Hermenêutica.

Resumo

O interesse organizacional contemporâneo a respeito da inovação levou a várias tentativas de domá-la por meio de amplas chamadas para as práticas de criatividade e design. Na maioria das vezes, essas chamadas fogem do confronto entre o processo de renovação contínua do efêmero de um lado; e a tradição e o preconceito, por outro. O objetivo deste texto é fazer sentido de um discurso para aumentar o potencial de criação de conhecimento de grupos, de modo a atuarem na direção do futuro, para um melhor desempenho e longevidade. Baseado no conceito de Necessidade de Enquadramento (Need for Closure), a partir de uma perspectiva hermenêutica e inspirado por uma abordagem metodológica reflexiva, o presente estudo lança luz sobre os impactos do preconceito nos esforços inovadores de grupos. Assim, este estudo propõe uma heurística baseada em determinantes de inovatividade relacionados a preconceito (denominada Prejudice Related Innovativeness Determinants Heuristic – PRIDHe), para aumentar efetivamente o potencial inovativo de grupos sociais. A heurística sugere formas de alocar pessoas em e define uma política de governança para grupos, a fim de proporcionar um ambiente criativo onde o preconceito não somente limita as ações como sugere novas oportunidades de atuar em direção ao futuro. A principal contribuição teórica deste trabalho reside nas reflexões sobre os impactos positivos do preconceito nos esforços inovativos. Em seu núcleo, o discurso proposto neste texto pode ser resumido como: organizações cientes de seus preconceitos possuem maior probabilidade de apresentar um melhor desempenho.

Biografia do Autor

Mauricio Manhaes

Maurício Manhães possui Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento (UFSC), com foco no impacto do preconceito nos esforços de inovação. Atualmente, é Professor de Design de Serviço na Savannah College of Art and Design (SCAD), na Georgia/EUA. Possui sólida experiência em design de interfaces e gestão de projetos de TI. Desde 2008, foca sua atuação na pesquisa e desenvolvimento da inovação em serviços através do design.

Gregorio Varvakis, Professor titular do Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Manufacturing Engineering pela Loughborough University of Technology, Inglaterra.

Professor titular do Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina.

Tarcisio Vanzin, Professor voluntário do Programa de Pós Graduaçõa em Arquitetura e Urbanismo e do Porgrama de Pós Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.

Professor voluntário do Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina

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Publicado

2016-05-28

Edição

Seção

Artigos